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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Jornalismo correndo nas artérias...


Gay Talese, o jornalismo literário no Brasil



Em uma geração que se valoriza a quantidade em detrimento de sua qualidade da informação, fica dificil acreditar que ainda existem jornalistas á moda antiga, daqueles que não usam gravadores, e-mails para fazer suas entrevistas e lutam escrever boas histórias, mas existem. Ainda nos resta boas referências e um destes nomes é Gay Talese. A cada bom jornalista que se descobre (espécie quase extinta no mundo) é bom anotar em um caderninho, pois são eles poucos que ainda que nos restam “vivos” como exemplos no Brasil, alguns são: Elaine Brum, Ricardo Kotscho, José Hamilton Ribeiro, Herodoto Barbeiro, Caco Barcellos...

Agora teremos a oportunidade de conhecer as ideias bem de pertinho do norte americano, escritor e jornalista de 77 anos Gay Talese, pois ele vem para o Brasil participar da Flip 2009 (Festa Literária Internacional de Paraty), que ocorre entre 1º e 5 de julho, o tema "fama e anonimato", homônimo de um de seus livros, de 2004, "Vida de Escritor" (2009), "A Mulher do Próximo" (2002) e "O Reino e o Poder" (2000).

Talese foi um dos criadores do movimento batizado de “New Journalism” (criado na época em que lamento não ter vivido, os rebeldes anos 60) revolucionou o modo de se conceber jornalismo, unindo características da literatura (descrição de cenas, diálogos e ponto de vista dos personagens) com histórias reais.

Critico assiduo do governo de George W. Bush, da atuação da imprensa americana na cobertura da Guerra do Iraque e avesso as novas tecnologias em entrevista disse que a internet é o fast-food da informação.

Pra quem como eu ficou só na vontade de ir pra Flip deste ano, ainda nos resta uma esperança. Talese virá para São Paulo e estará no dia 07 de Julho, no Masp, ás 19h30, com entrada gratuita, as senhas serão distribuida 1 hora antes, como a concorrência será enorme, é aconselhavél chegar bem antes, e ao todo há cerca de 270 lugares.


Palavra de Gay Talese em entrevista com a Folha de SP...“De todas as profissões, se um jovem estiver interessado em honestidade e não estiver interessado em ganhar muito dinheiro, eu aconselharia o jornalismo, que lida com a verdade e tenta disseminar a verdade. Há mentirosos em todas as profissões, inclusive no jornalismo, mas nós não os protegemos. Os militares acobertam mentirosos. Os políticos, os partidos, o governo, todos fazem isso. O escândalo do Watergate é uma crônica de acobertamento. Os jornalistas de verdade não agem assim, não toleram o mentiroso entre eles. Acho uma profissão honrosa, honesta. Tenho orgulho de ser jornalista.”.


OBS: Sinto ao final deste texto que ainda está embutido um certo receio, de se criar um texto fazendo interferências nele. É impressionante com toda liberdade de expressão que um blog proporciona ainda não sinto confortável para expressar minhas ideologias, meus anseios, meus devaneios, enfim o que me incomoda e precisa ser dito, quem sabe no próximo texto, não é? Estou comportamento típico de quem não sabe o que fazer com a liberdade...

Leia o que pensa Gay Talese sobre a o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalistas...

Mais uma opinião sobre o tema polêmico...

Texto retirado do site comunique-seAs informações são do G1 e Estadão Online.

A decisão é provavelmente certa", diz Gay Talese sobre queda do diploma


Convidado da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), o jornalista Gay Talese afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, pode ser favorável para a democracia.
“Um diploma não torna você um jornalista. Fiquei sabendo da decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro e é uma decisão provavelmente certa. O que faz alguém um jornalista e, mais do que isso, um profissional necessário, é ter posse de informações que vão influenciar as escolhas dos cidadãos de um país”, disse o jornalista, conhecido como o percurssor do "New Journalism" em entrevista ao G1.
Para Talese, as faculdades de jornalismo não são o melhor lugar para aprender jornalismo, mas que boas instituições "ensinam princípios ignorados com frequência na profissão, como equidade, precisão e objetividade. E como pesquisar profundamente um assunto”.
O jornalista avalia que a crise na imprensa é causada pela falta de inovação. “Se o jornalismo deixa de lado a tarefa de fazer um trabalho realmente notável então ele se torna dispensável. Neste momento, o jornalismo precisa definir o que fará para se diferenciar de qualquer um que tenha tecnologia à disposição”, avaliou.
"Não há mais excelentes repórteres"Talese também afirmou que hoje em dia não existem mais excelentes repórteres e que os jornalistas só reproduzem as versões oficiais. “Não há mais excelentes repórteres, heróis como existiam nos anos 60. Pessoas que faziam, por exemplo, a cobertura da Guerra do Vietnã, e que colocavam em dúvida o que o governo dizia. Em 2002, 2003, já não havia mais ninguém assim. Ao cobrir o Afeganistão, o Iraque, os jornalistas não podiam mais ver por si só, eles só reproduziam o que lhes era dito pelos militares”.
Entre outros assuntos, Talese destacou que Obama seria um ótimo personagem para um perfil. “Ele é provavelmente o personagem mais interessante que eu já vi na minha vida. Ele é o homem mais interessante de todos porque sua vida é tão improvável, sua história e trajetória são tão inacreditáveis.”, afirmou.





Um comentário:

  1. Não pude ir à palestra de Talese, mas assiti ao programa "Roda Viva" da Tv Cultura.

    Entre outras coisas, Talese disse: "Jornalismo não é para quem quer se aparacer".

    Já me dei conta que isso, realmente, é verdadeiro (como poderia questioná-lo?). Mas dito por um gênio, só fortalece uma máxima do Jornalismo, feito por ele e por muitos outros, de que o jornalista não deve ser a notícia. De que para ser Jornalista, é preciso amar e se dedicar à profissão. Não da boca para fora, mas sim de dentro da alma.

    Esse momento me impressionou pelo fato de que muitos procuram o curso para terem status. Essa postura não faz parte da minha realidade.
    Talese, realmente, continua revolucionando.

    Carina

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